Jarra de faiança moldada, pintada à mão, cuja modelação de forma orgânica e assimétrica, deixando um vazio central, sugere uma asa. Três cores lisas contrastantes, preto, branco e laranja contribuem para dinamizar ainda mais a forma. O preto envolve exteriormente a peça enquanto o laranja vibrante preenche a parte central. De permeio branco. O bocal, de rebordo branco, apresenta interiormente lustre a madrepérola acinzentado. No fundo da base carimbos castanhos Aleluia-Aveiro, com «I» preto pintado à mão ao centro, e Fabricado Portugal, inscrito num rectângulo. Igualmente pintado à mão, também a preto, 741-A.
Data: c. 1955-65
Dimensões: Alt. c. 20 cm
Trata-se do modelo «741», e será o primeiro de toda
uma série dada a decoração ser a «A», tendo como pintor «I».
A liberdade expressiva, embora contida, da forma
escultórica desta jarra, acentuada pela alternância e forte contraste cromático
atrai o olhar como um vórtice em direcção ao vazio. A organicidade sempre tão
presente na Aleluia-Aveiro em parte da sua produção mais vanguardista nas
décadas de 50 e 60 do século passado adquire nesta peça uma componente irónica
ao criar um objecto que simultaneamente ganha uma leitura dúplice de jarra e
jarro, situação que se aplica igualmente a outra peça apresentada em 16 de Setembro de
2012 que optámos por integrar no grupo dos jarros.
4 comentários:
Vivam AM-JMV!
excelente articulação bloguista ;)
Cá vão mais uns dados sobre a 741. Foi produzida nas variações cromáticas B,C,D e E, em que o branco é respectivamente substituído por rosa velho, rosa claro, cinzento e verde. Existe ainda a versão F, a azul, preto e escarlate. E também peças posteriores, só numeradas, com decoração esgrafitada, semelhante à vossa 753.
Obrigada pela piscadela de olho.
Saudações,
CMP*
Cara CMP,
Adoramos piscadelas de olho. Jarras tão apelativas como as que publicou estavam mesmo a pedi-las.
Não é este o objectivo mais interessante dos blogues? :)
Obrigado pelas dicas. Mais uma vez, todos ficamos a lucrar.
Cumprimentos
Caros Modernos & CMP,
"Um vórtice em direcção ao vazio" sente-se este vosso escriba e leitor, face à violência das imagens e informação que vão disponibilizando.
Um abraço,
hugo
Caro Hugo,
Nós sentimo-nos mais é a ser engolidos por um buraco negro, não tarda nada.
Em relação às peças, esperemos que também não sigam na voragem ... :)
Abraços
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