Caixa de porcelana moldada de taça campaniforme,
com tampa em calote esférica, assente sobre pé saliente. Sobre o branco
destaca-se a decoração vegetalista estilizada em tons de vermelho,
salmão e ouro, que cinge a parte superior da taça e inferior da tampa, que é
complementada por filetes vermelhos que circundam a parte inferior da taça e
parte superior da tampa, em parte complementadas a salmão em dégradé. Pé
saliente e interior do bocal a ouro, assim como a pega da tampa. No fundo da
base, marca a verde «Porzellanefabrik Arzberg» «Arzberg/Baye.», e «23» a ouro.
Data: 1932 (forma e decoração)Dimensões: alt. 12,2 cm x Ø máx. 15,5 cm
Trata-se do modelo nº 1411, decor nº 6370, criados por Fritz von Stockmayer de quem já sobejamente falámos, mas não resistimos a acrescentar mais umas palavras sobre a sua obra.
Nos antípodas das propostas mais vanguardistas
germânicas de Entre-Guerras, a obra de Stockmayer retoma a tradição da pintura
de flores sobre porcelana dos séculos XVIII e XIX, renovando-a de forma notável
vindo a criar decorações particularmente originais, dentro de um gosto moderno art déco, que antecipa uma estética de
pós-Guerra. É assim que encaramos a peça que vos trazemos hoje, e talvez daí a
nossa paixão pela obra que realizou para a fábrica de porcelana de Arzberg. A
modernidade que não renega a tradição, antes a reinventa e a projecta no
futuro.
É também isto que nos fascina na República de Weimar. A tensão sempre latente entre a renovação da tradição, por um lado, de alguma maneira elitista, e a ruptura total com o passado (pelo menos aparente) das vanguardas artísticas, socialmente comprometidas.
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