terça-feira, 24 de junho de 2014
sábado, 7 de junho de 2014
Taça (fruteira) modernista em forma de folha lanceolada – Carstens Uffrecht - Alemanha
Taça (fruteira) de cerâmica moldada, em forma de folha lanceolada simétrica e dobrada a eixo, vidrada a creme-mate com decoração de escorridos, aplicados a aerógrafo, cor-de-laranja forte, cujas duas metades apresentam recortes laterais triangulares delimitados externamente pelas pegas salientes, de secção redonda, a castanho. A taça repousa sobre base saliente, mais pequena, com a forma invertida da taça. No fundo da base carimbo preto triangular da Carstens Uffrecht, sobrepujando «dek. 6» e, por cima, «form 414».
Data: c. 1930
Dimensões: Comp. 26 cm x larg. 18,5 cm x alt. c. 8 cm
A aplicação controlada do esmalte a aerógrafo, formando
escorridos aparentemente aleatórios, foi particularmente corrente na unidade
fabril da Carstens Uffrecht na produção art déco de vertente modernista
bauhausiana. As peças produzidas com este tipo de técnica decorativa acabam por
se individualizar subtilmente entre si, embora quando vistas em conjunto
assumam uma leitura de grande homogeneidade e se entenda a matriz da decoração.
Daí este ser o decor nº 6 que foi aplicado
a diferentes formas.
Não foi só Portugal que copiou modelos estrangeiros,
com destaque para a influência alemã. O Reino Unido fez a mesma coisa, como se
pode constatar na presente peça cujo modelo, a partir de finais do anos 30, vai
ser produzido pela Crown Devon (o exemplar ilustrado apresenta a marca
utilizada a partir de 1939). E não temos a menor dúvida que se trata de cópia
de modelo alemão, não só pela datação tardia como a Alemanha foi, até à
ascensão do nazismo, o grande centro produtor e, sobretudo, criador da Europa. Verdadeiro
laboratório, onde a inventiva e o experimentalismo, tanto nas formas como nas
decorações, levaram à efervescência criativa que nesse país se viveu durante a
República de Weimar. Queimaram-se etapas como em mais nenhum outro parece ter
acontecido, sempre em permanente pesquisa, numa incessante busca, quase
esquizofrénica, na criação artística a todos os níveis, dos objectos utilitários
às chamadas artes maiores.
A introdução do gosto art déco e do design modernista, apesar do espalhafato editorial inglês sobre a produção nacional no período, é tardia. Em Paris, em 1925, o Reino Unido apresentou um dos pavilhões mais conservadores, para não dizer reacionários, de toda a Exposição Internacional de Artes Decorativas e Industriais Modernas. De facto, só na década de 30 o novo gosto aí se implanta e adquire uma certa consistência.
Etiquetas:
Aerógrafo,
Aérographe,
Airbrush,
Alemanha,
Art Déco,
Art Déco na Alemanha,
Art Déco no Reino Unido,
Bauhaus,
Carstens-Uffrecht,
Crown Devon,
Escorridos,
Modernismo,
Reino Unido,
Spritzdekor,
Taça
Subscrever:
Mensagens (Atom)